segunda-feira, 28 de junho de 2010

A guerra secreta contra a Bolívia

No princípio do mês, o presidente Evo Morales voltou a denunciar a Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID) e a acusá-la de infiltrar-se nos movimentos sociais, com a finalidade de provocar conflitos ao governo e desestabilizá-lo. Além disso, o presidente advertiu que aqueles que persistirem nessas atividades, serão expulsos do país.
Tarefa impossível para Morales. A USAID jamais será moderada. Ela é uma entidade que faz parte do plano de domínio de exercício do imperialismo norte-americano na América Latina, África e Ásia. É parte da engrenagem de uma elaborada estratégia do capital monopólico destinado a cooperar no incremento dos interesses do império.
A USAID utiliza, pelos menos, quatro tipos de programas. São eles: Empréstimos para o Desenvolvimento, Programas de Ajuda Técnica, Fundos para Emergências e o Programa de Apoio Militar-Político. Este último é parte de um vasto aparato de espionagem e intervenção norte-americana.
O Programa de Apoio Militar-Político é a razão de sua existência, pois está destinado a frear e destruir os movimentos revolucionários na América Latina. Para ele, foi elaborado um manual repressivo confidencial, revelado na Bolívia pelo desaparecido jornal “Hoy”, em sua edição de 23 de novembro de 1978.
O pedido de moderação feito pelo presidente Morales, não será cumprido nunca, pois a USAID foi organizada para isso: para conspirar e derrubar governos revolucionários. Agora terá mais ajuda, pois o Presidente Barack Obama acaba de aprovar novos programas de “guerra secreta” e “operações especiais” a nível mundial. Bolívia e Venezuela se encontram na mira.
A jornalista venezuelana-norte-americana, Eva Golinger, aponta em um dos recentes artigos, que o investigador Jeremy Scahill descobriu que a administração de Barack Obama enviou equipes-elite de forças especiais, sob o Comando de Operações Especiais Conjuntas, ao Irã, à Geórgia, à Ucrânia e, também, à Bolívia, Paraguai, Equador e Peru.
Obama acabou de solicitar um aumento de 5,7% destinado ao orçamento das Operações Especiais do ano de 2011. Pediu US$ 6,3 mil milhões de dólares, além dos US$ 3,5 mil milhões adicionais, para as operações clandestinas de contingência. Para 2011, o total do orçamento para defesa chega a US$ 872 mil milhões de dólares, sendo US$ 75 mil milhões para a comunidade de inteligência. Dinheiro existe de sobra.
Ao começar o ano de 2009, o Presidente Obama assinou a “Doutrina de Guerra Irregular”, priorizando-a sobre a guerra convencional. Na “Guerra Irregular", o campo de batalha não possui limites, pois as táticas e estratégias não são tradicionais. A subversão e o uso de forças especiais para operações clandestinas são as principais técnicas para desestabilizar o adversário “de dentro para fora”.
Para realizar estas tarefas, as agências como USAID, a National Endowment for Democracy (NED) e a Freedom House, servirão para canalizar dinheiro em prol dos atores que se promovem em Washington. A “sociedade civil” e os movimentos sociais são penetrados nos países onde, supostamente, os interesses imperiais podem ser afetados.
Este ano, a Venezuela está a ponto de ser classificada como “Estado terrorista”, porém Washington a tirou da lista para não prejudicar a venda de petróleo aos Estados Unidos. Não é de se espantar que estejam surgindo acusações sobre a Bolívia nos setores opositores. Tais acusações se referem a um pretenso aumento do narcotráfico. O governo também tem que levar em conta esses porta-vozes do imperialismo, cujo objetivo é promover uma mudança no regime.
Fonte - Agência Latino-americana de Informação

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